Advogada assassinada atuava para o PCC e teria sido executada pelo CV
Ao que tudo indica, a ordem para matar a advogada criminalista Maria das Graças Barbosa dos Santos, de 50 anos, executada nesta segunda (24) a tiros em Ipiaú, partiu do Comando Vermelho (CV). Segundo fontes da polícia, ela exercia mais do que a função de defensora. “Era vista aqui como uma ‘integrante’ do PCC. Era comum vê-la nos corredores da delegacia exaltando os seus clientes e isso pode ter sido encarado como provocação ao Comando Vermelho”, diz um agente da região. Com uma conta verificada no Instagram, a “Doutora Gal” ou “Gal Barbosa”, como era conhecida, tinha mais de 14,7 mil seguidores e se apresentava como especialista em júri popular, mestre do Direito do Trabalho e presidente de uma comissão de direito dos animais. No dia 10 de fevereiro, postou uma foto chegando em Santa Catarina. “Ela embarcou porque um dos maiores clientes dela, o traficante ‘Juca’, tinha sido preso pela Ficco (Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado)”, conta o policial. Marcos Antônio dos Santos Xavier, o “Juca”, foi preso no último dia 6. Ele é a liderança o PCC em Ipiaú, exercendo papel forte na guerra contra a expansão do CV no município, bem como em outras cidades, como Jequié, Itiruçu, Boa Nova, Manoel Vitorino, Iaçu e Valentina.
Em uma publicação realizada há cinco dias, a advogada postou uma foto em que aparece em frente a uma delegacia e um texto dizendo: “Delegacia não é igreja. Delegado não é padre para você confessar seus pecados. Fique em silêncio e aguarde sua advogada”. A postagem tem como música de fundo o trecho do rap “A Cara do Crime”: “Ele quer crime e eu sou criminoso”.