Suspeitos de organizar ‘batalha de naipe’ com menores em Santaluz se apresentam à Justiça e têm prisão mantida após audiência de custódia
Os dois homens suspeitos de organizar um evento do tipo ‘batalha de naipe’ em Santaluz, na região sisaleira da Bahia, se apresentaram espontaneamente no Fórum da cidade na tarde desta quarta-feira (4).
Acompanhados por um advogado, eles participaram de uma audiência de custódia. A apresentação ocorreu horas após uma operação policial visando cumprir mandados de prisão contra os suspeitos e de busca e apreensão em endereços ligados a eles (ver mais). Os mandados foram expedidos pelo juiz Joel Firmino do Nascimento Junior, da Comarca de Santaluz.
Durante a audiência de custódia, o Ministério Público solicitou a manutenção da prisão temporária dos homens, pedido que foi aceito pelo juiz. Eles foram encaminhados à delegacia pela Polícia Militar.
A festa, realizada no último domingo (1), ganhou repercussão nacional devido à participação de menores de idade em situações consideradas inadequadas. O evento, chamado “2ª Batalha de Naipe”, ocorreu em uma casa de shows tradicional da cidade e oferecia prêmios de R$ 250 para disputas de dança nas categorias infantil e adulto.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram cenas polêmicas, como uma menina dançando de forma sensual e simulando uma depilação íntima. Em outro momento, um menino encapuzado segura uma réplica de arma de fogo, apontada para outra criança. As imagens geraram forte repercussão, sendo criticadas por incentivar a sexualização e a apologia à violência envolvendo crianças e adolescentes.
O caso está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar e pelo Ministério Público Estadual, que instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias da organização da festae a forma como as crianças foram expostas.
Os responsáveis pelos menores teriam assinado termos autorizando a participação deles, o que gerou novos debates sobre a fiscalização e o limite do consentimento dos pais em situações como essa. O processo segue em segredo de justiça.
O advogado dos suspeitos foi procurado, mas não quis comentar o assunto.
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